BiLatinMen – Mono 1 & Neto – Foda-se que ele é meu irmão – Bareback

Por mais que houvesse muitos anos de distância entre nós, eu e meu irmão sempre fomos muito próximos. Mono 1 esteve presente em absolutamente todos os momentos da minha vida e sempre foi o melhor irmão mais velho que alguém poderia ter. Devo a ele quase tudo que sei. Foi ele que me ensinou a jogar futebol, nadar e tocar violão. Era ele quem me ajudava com os deveres da escola sempre que eu precisava, e também contava as historias mais fascinantes à noite quando eu tinha dificuldades para dormir. Minha mãe e meu pai também eram muito atenciosos e não deixavam a desejar, mas era com Mono que eu passava a maior parte do tempo uma vez que ambos meus pais trabalhavam. Mais que meu irmão, ele sempre foi meu herói, e eu o admirava imensamente.

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Eu tinha 9 anos quando nossos pais morreram num acidente de carro, e ele havia acabado de completar 18. Eles viajaram para comemorar 20 anos de casados, mas quando retornaram já estavam sem vida, e eu nunca mais os vi, exceto em meus pesadelos. No dia do velório, meu irmão quis me poupar um pouco do sofrimento e achou melhor que nós ficássemos em casa. Era visível o quanto ele estava desolado, mas ele se esforçou para me consolar e aliviar minha dor o máximo possível.

Durante todo o dia eu chorei sobre o ombro dele, enquanto, com olhos sempre marejados e expressão instável, ele tentava se manter forte por nós dois. Quando a noite chegou, a historia para dormir foi um pouco diferente do que eu estava acostumado. Ele me disse para eu imaginar que nossos pais haviam resolvido fazer um desvio em sua viagem, e que naquele momento eles estavam rumo a um paraíso, onde um senhor muito justo e bondoso estaria esperando por eles para recebê-los em seus magníficos aposentos. Segundo Mono, eu poderia encontrar não só meus pais de novo nesse paraíso, como também os avós e os bisavós deles, mas para isso eu precisaria viver a minha vida da forma mais plena possível. Não era como se isso pudesse afastar a minha tristeza, mas com esse pequeno vislumbre de esperança eu finalmente consegui dormir.

No meio da madrugada, pesadelos horríveis vieram e eu acordei gritando, tremendo e soluçando como se o mundo fosse acabar. Meu irmão e eu sempre dividimos e dormimos no mesmo quarto, e graças a isso, em questão de segundos ele tinha chegado até mim. Não era preciso perguntar para saber o que havia acontecido, por isso Mono apenas acendeu o abajur, me abraçou forte por um tempo e me aninhou com a cabeça sobre o seu peito. E assim, seguro nos braços quentes e protetores de meu irmão, adormeci novamente e passei o resto da noite livre de sonhos ruins.

Todos os nossos familiares viviam em outras cidades, e alguns até nos convidaram para morar ou passar um tempo em suas casas agora que estávamos órfãos, mas não aceitamos. O fato é que tínhamos alguns amigos próximos onde morávamos e não queríamos perder mais ninguém, além de que a ideia de morar de favor não agradou meu irmão nem um pouco. Então, passamos a morar sozinhos em nossa casa e ficamos algumas semanas vivendo apenas do dinheiro que nossa família possuía guardado, até que Mono finalmente conseguiu um emprego no setor administrativo da academia de um amigo. Meu irmão adiou os planos de entrar na faculdade para manter sozinho o que havia sobrado de nossa família e se mostrou um verdadeiro pai para mim. Ele continuou dormindo na cama dele em nosso quarto, alegando que não estava pronto para ficar no quarto que fora de nossos pais, mas eu imaginava que o principal motivo era porque ele precisava cuidar de mim, visto que eu continuei tendo pesadelos, onde eu via meus pais morrerem de diversas formas possíveis. Porém, como na primeira noite após a descoberta do acidente, meu sono sempre se tornava tranquilo quando Mono vinha se deitar ao meu lado e me deixava dormir em seus braços, e por isso, passado alguns dias, ele resolveu que era melhor que dormíssemos juntos permanentemente. Então, transportamos a antiga cama de casal de mamãe e papai para o nosso quarto, e todas as noites eu dormia abrigado no abraço confortante de meu irmão.

Eu estudava em horário integral e só chegava em casa pouco antes de anoitecer, ao lado de Mono, que me buscava depois do trabalho no carro que fora do meu pai. A primeira coisa que fazíamos era tomar nosso banho – às vezes juntos – e depois meu irmão ia preparar nosso jantar. Enquanto comíamos, ele fazia questão de saber em detalhes como havia sido meu dia, e sempre me aconselhava sobre alguma situação que tinha ocorrido quando necessário. Após a refeição, eu fazia minhas atividades da escola com ajuda do Mono e depois usávamos o tempo que ainda tínhamos antes de dormir para fazer algo juntos como ver TV ou jogar vídeo game. Por alguns meses, continuamos dormindo juntos, até que meus pesadelos pararam de aparecer com frequência e passamos a dormir novamente nas nossas antigas camas separadas.

Dois anos após o acidente, meu irmão ingressou na universidade para fazer Educação Física e eu comecei a passar as noites na casa de uma vizinha cujo filho cresceu comigo e era meu melhor amigo. Mono me buscava já na hora de dormir, conversávamos rapidamente e deixávamos para fazer algo juntos quando chegasse o fim de semana. Durante todos os anos que se passaram, embora houvesse um cômodo vazio na casa, nenhum de nós se mudou para lá. Compartilhar o mesmo quarto era uma forma de continuarmos próximos, além de que éramos muito íntimos para nos incomodar com a presença um do outro. Tomávamos banho juntos após o futebol de domingo, deixávamos a porta do banheiro aberta quando íamos nos banhar em casa e trocávamos de roupa sem problemas quando o outro estava no quarto. Aliás, Mono e eu sempre conversamos abertamente sobre sexualidade, e ele me aconselhava a medida que percebia que eu estava maduro o suficiente para entender.

Pouco tempo depois de se formar na faculdade, Mono assumiu um cargo de personal trainer na renomada academia onde trabalhava, e logo estava ganhando um salário considerado excelente para a classe dele. Com o tempo as coisas foram se acomodando e nossa vida podia até ser considerada boa, apesar de tudo. Além de nossos amigos, havia a certeza de termos sempre um ao outro, e isso já bastava para nós. E assim eu cheguei a meus 18 anos, que é quando começa a historia que pretendo contar a vocês.

Faziam vários anos que eu não tinha mais aqueles pesadelos tão intensos, mas naquela noite eles retornaram. No sonho, Mono, mamãe, papai e eu estávamos num barco, no meio do oceano, e embora meu irmão já aparentasse ter seus 27 anos, eu ainda era aquela criança de 9 anos atrás. Papai contava piadas que mal faziam sentido, mas mesmo assim eu estava gargalhando junto com minha família, quando ele tropeçou logo na beirada do barco. Mamãe tentou ampará-lo e ambos acabaram caindo no mar. Mono e eu corremos para ajudar, mas quando chegamos na borda descobrimos que não estávamos rodeados por água, e sim por um mar de lava tão quente que eu sentia meu rosto queimar apenas pelo contato com o vapor. Meus pais berravam de dor e agonia enquanto se afogavam no fogo, implorando por ajuda e pedindo que não os deixássemos morrer, mas era tarde demais. Eles afundaram no líquido vermelho e, após alguns instantes, seus esqueletos emergiram e ficaram boiando na superfície. Olhei para os lados horrorizado e meu irmão não estava mais lá. Comecei a gritar por ele, desesperado, mas não houve resposta. A lava começou a subir rapidamente e estava prestes a invadir o barco. Desesperado, fiz a única coisa que eu podia: sentei no chão e comecei a chorar. De relance, vi uma folha de papel dobrada no chão à minha esquerda, peguei-na em minhas mãos trêmulas e abri. Sem dúvida, era a letra de Mono, que escrevera estas poucas palavras antes de me abandonar completamente sozinho: “Me perdoe, meu irmãozinho, mas era inevitável. Você sempre soube que isso ia acontecer.”

Acordei com um grito abafado, e estava tremendo incontroladamente. Suor molhava meu rosto e eu tinha muita dificuldade para respirar. Meu irmão acordou assustado, acendeu a luz e veio até mim. Preocupado, ele perguntou se eu estava passando mal, e quando balancei minha cabeça negativamente, ele entendeu que havia sido um pesadelo e fez a única coisa que passou pela cabeça dele no momento: repetiu o mesmo protocolo de anos atrás. Apenas de cueca, assim como eu, ele se enfiou em minhas cobertas e me abraçou forte, me apertando contra o corpo quente dele. Minha cabeça repousou sobre o seu peito e eu tentei me concentrar apenas nas mãos que acariciavam meus cabelos para me acalmar. Ele me dizia que estava tudo bem, que ele estava comigo, e aos poucos fui ficando mais tranquilo. Mono devia estar muito cansado, porque diferente de quando eu acordava gritando antigamente e ele me embalava até eu adormecer, foi ele quem dormiu primeiro. Então eu fiquei lá, confortável nos braços dele e tentando assimilar meus sentimentos. Eu já havia me conformado com a morte de meus pais há algum tempo, por isso eu achava que não era só isso que tinha me afetado daquela forma. Na verdade, no fundo eu sabia que o que mais tinha me abalado fora a última parte do sonho, na qual eu descobria que meu irmão tinha me deixado. Assim que percebi isso, decidi que omitiria esse pedaço do sonho caso Mono viesse a me perguntar sobre ele posteriormente, embora quase não houvesse segredos entre nós. Na verdade, tinha apenas duas coisas sobre mim que ele não sabia:

1. Eu era bissexual;

2. Embora nem eu soubesse direito ainda, havia uma parte de mim que queria que ele fosse mais que meu irmão. Havia uma parte de mim que o desejava.

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